Uma daqueles que fica para a história do futebol. Bernabéu vestiu-se de gala para a segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões e a noite não desiludiu (2-1).
«O futebol são onze para onze e, no fim,... ganha o Real Madrid».
A primeira parte começou bem, dividida, com mais bola para os Los Blancos, mas com atrevimento q.b. dos alemães.
Com o passar do tempo, o Real mostrou-se mais, criou mais perigo durante mais tempo, mas perto do descanso os visitantes equilibraram a balança e terminaram ligeiramente por cima. Ainda assim, a história do jogo, no primeiro tempo, apesar de bem jogado, não foi particularmente cativante, mas tudo mudou no pós-descanso.
As qualidades do alemão são inegáveis. Polivalente que não vira a cara à luta, workaholic por natureza, incansável procurador da perfeita repetição. Contudo, teve uma noite infeliz em Madrid, sobretudo na segunda parte. Culpados? Só um: Vinícius Júnior. Na segunda mão das meias, realizou uma exibição para não esquecer, das que merece destaque na montra dos imortais.
Pela esquerda, o brasileiro ensinou - a mal - a Kimmich como se samba e criou inúmeros lances - memoráveis - de perigo. O perigo só não se traduziu em golos porque houve Neuer. Como o vinho, Neuer envelheceu e não perdeu qualidade: impediu o desempate e segurou o Bayern no jogo.
Com Neuer, a baliza alemã parecia inviolável. Ou seja, metade do problema parecia estar resolvido - os alemães nem sabiam o que estava por vir -, mas existia outra questão: marcar. Para isso, como é sabido, não é necessário dispor de muitas ocasiões; por vezes, conforme dito na gíria, basta «meia oportunidade» - que o diga o Bayern.
Numa das incursões ao meio-campo adversário, Davies - de mansinho - entrou na grande área, puxou para o pé mais fraco e quebrou o nulo num remate indefensável para Lunin. Contudo, a equipa em desvantagem era o Real Madrid...
Neuer tornou-se vilão ao não agarrar um remate de Vinícius e ao permitir a recarga de Joselu, que não desperdiçou da pequena área. Três minutos depois, já nos descontos, Joselu voltou a ser oportuno: desviou o cruzamento de Rüdiger para o fundo das redes e, por fim, fez o 2-1. Até ao final, o Bayern ainda marcou, mas foi anulado - com razão de queixa dos alemães - e o resultado não voltou a mexer.
Borussia Dortmund-Real Madrid. Os underdogs contra os claros favoritos. É esta a final da Liga dos Campeões 2023/24.
Vini, Neuer - até ao lance do primeiro golo do Real -, Joselu, Kroos, Modric, Musiala, Lunin... Enfim, só mesmo com esta quantidade de craques em campo, estrelas geracionais, para termos um jogo com toda esta emoção, digna de Liga dos Campeões.
A partida foi fantástica, mas aquele lance anulado no final... Mesmo que existisse fora de jogo - seria por centímetros - o árbitro deveria ter deixado continuar a jogada e no fim, aí sim, averiguar o lance. Optou por fazer o inverso e, desta forma, ficou a dúvida no ar e, possivelmente, alguma injustiça também - não no resultado, mas no ajuizamento do lance.
Exibição quase imaculada até ao minuto 90+11. Aí, errou gravemente. Num ataque do Bayern - que acabou por dar golo - o árbitro deu o fora de jogo sem terminar o lance. Para piorar a situação, parecia estar tudo legal na jogada, o que tornava o golo válido. Um erro que, mesmo em caso de fora de jogo, borrou a pintura de uma sólida performance.