A Taça da Liga, apesar da sua curta duração, já tem uma história para ser contada. Entre surpresas, polémicas e jogos com resultados históricos, esta competição vai ganhando o seu destaque entre os fãs do futebol nacional.
Um projecto antigo
A ideia de uma taça organizada pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) é uma história antiga. Com a fundação da LPFP em 1978, e a exemplo do que acontecia noutros países, os clubes portugueses tentaram criar uma nova competição disputada em moldes similares à Taça de Portugal, destinada apenas a clubes profissionais.
Mas apenas nos anos noventa e depois da LPFP substituir a Federação na organização dos campeonatos profissionais de futebol é que a ideia voltou a ser discutida com regularidade.
Foi preciso esperar até ao novo século para que uma proposta do Sporting e do Boavista com vista à criação de uma Taça da Liga fosse aprovada (por unanimidade) pelos clubes. Foi numa reunião na cidade do Porto, no dia 28 de Novembro de 2006, que a competição «nasceu».
A Taça nas mãos de Eduardo
No início da época seguinte começou a primeira edição. Os três grandes só entraram em competição em Setembro, mas nem isso evitou o FC Porto de ser logo eliminado pelo Fátima. O Benfica caiu nos quartos-de-final aos pés do Vitória de Setúbal que acabaria por vencer a competição após bater o Sporting através do desempate por grandes penalidades na final disputada no Estádio do Algarve, que consagrou Eduardo como o grande herói sadino.
Uma arbitragem polémica
Na final, uma imensa polémica estalou após uma decisão em que Lucílio Baptista erroneamente marcou uma grande penalidade contra o Sporting quando os leões ganhavam por 1-0 ao Benfica. Pedro Silva foi expulso, e os benfiquistas empataram nesse lance, para depois vencerem a taça no desempate através de grandes penalidades. Os leões perdiam assim a sua segunda final, novamente na linha dos 11 metros, com muita polémica e contestação à mistura, ficando para a história o momento em que, o defesa leonino Pedro Silva atirou a medalha para longe em sinal de protesto.
Jorge Jesus: o papa-taças
No Estádio do Algarve, os benfiquistas comandados por Jorge Jesus bateram os dragões por 3-0, conquistando o seu segundo troféu, com uma exibição segura e demonstrando uma enorme superioridade sobre os rivais.
Nas meias finais os encarnados eliminaram os leões (2x1)com um golo de Javi Garcia nos últimos instantes da partida, enquanto na outra meia-final, o Paços de Ferreira eliminou o Nacional na Choupana, depois de já ter vencido um grupo com Vitória de Guimarães e Sporting de Braga.
A final, disputada na cidade dos estudantes pela primeira vez, viu o Benfica conquistar o tri, com uma suada vitória (2x1) sobre os castores.
Um ano depois, a história repetiu-se. O Benfica voltou a conquistar o troféu, novamente em Coimbra, batendo o Gil Vicente na final. Pelo caminho, nas «meias», tinham ficado FC Porto e SC Braga, com o Benfica mais um vez a levar melhor sobre os dragões, enquanto no dérbi minhoto, os galos eliminaram os bracarenses, depois de já terem afastado o Sporting na fase de grupos, com uma vitória por 0x1 em Alvalade.
Em tons de vermelho
Depois de quatro anos de vitórias benfiquistas, o Sporting de Braga de José Peseiro apeou a águia nas meias finais, chegando à final em Coimbra, onde venceu o FC Porto, garantindo o primeiro troféu nacional em mais de 40 anos.
Na época seguinte o Benfica recuperou o troféu, depois de bater os portistas na meia final e vencer o Rio Ave na final em Leiria, garantindo o título que seria renovado em 2014/15, desta feita em Coimbra, frente ao Marítimo, que eliminara o FC Porto na meia final.