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O sítio dos Gverreiros
António Costa

Unidos para vencer

2024/02/10
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"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

O SC Braga está em ano de estreia na Youth League e tem tido um rendimento assinalável, que apraz registar. Na fase de grupos terminou em segundo lugar, atrás do Real Madrid, depois de ter conquistado três vitórias, duas frente ao Union Berlin e uma frente ao Nápoles, e outros tantos empates, dois frente ao Real Madrid e um, em Itália, diante dos napolitanos, somando no final doze pontos que valeram o apuramento para o play-off.

O apuramento para os oitavos de final foi decidido num duelo frente ao Partizan, num só jogo disputado na Sérvia. Apesar de atuar no reduto adversário, o SC Braga foi em busca de integrar o lote das dezasseis melhores equipas e venceu, com todo o merecimento por 2-0, conquistando o direito de prosseguir na prova, onde o sonho não tem limites. O conjunto que Rui Duarte comanda nesta aventura europeia voltou a evidenciar uma sólida segurança defensiva, que torna a equipa numa das menos batidas do torneio. O sorteio definiu como adversário os italianos do Milan na eliminatória que se segue, com o único jogo a realizar-se novamente fora, o que faz antever dificuldades acrescidas. Vai ser necessário que todos estejam unidos para vencer, caso contrário o sonho pode desmoronar-se. Uma Legião formada por jovens Gverreiros bem preparados e juntos é, certamente, mais forte e fica mais próxima do sucesso.

A equipa principal, que agora ostenta o título de Campeão de Inverno, regressou aos triunfos frente ao vizinho Moreirense, depois de um empate doloroso frente ao GD Chaves, que não deixou ninguém indiferente.

O jogo frente aos cónegos, que são um clube amigo a vários níveis, onde o dado mais relevante é existirem oito elementos do plantel moreirense que já passaram por Braga, começou bem para os brácaros, quando Abel Ruiz marcou um golo que parecia abrir as hostilidades, mas que o tempo transformou em no único exemplar disponível no encontro. Não espantou por isso que houvesse alguns momentos em que os receios de novo insucesso caseiro pairassem nas bancadas e na própria equipa, algo que não viria a acontecer. Estava feita uma ligeira aproximação ao terceiro lugar, uma vez que o seu ocupante não vencera na véspera. Uma nota muito positiva para o público que aplaudiu de pé André Castro quando este entrou no encontro, agora na qualidade de rival, mas sem deixar de ser um dos nossos, como ele próprio referiu sentir-se. Foi um momento tocante, sem dúvida.

O plantel às ordens de Artur Jorge vai ganhando uma forma que lhe permite melhores soluções, quando elas são necessárias. O mercado de inverno teve a entrada do “parisiense” Cher Ndour, que contrastou com as saídas dos Andrés, Castro e Horta, que saíram em busca de maior utilização. Se o primeiro teve uma mudança curta até Moreira de Cónegos, o segundo partiu para a Grécia, onde iria ser comandado até final da época, pelo menos, pelo português Carlos Carvalhal. Mas, no futebol tudo é demasiado volátil e o treinador já abandonou o comando do Olympiacos, pelo que os reforços portugueses que ali chegaram recentemente ficaram órfãos de quem os quis na equipa.

O maior abalo deste mercado de transferências em Braga foi sentido com a saída de Al Musrati para os turcos do Besiktas. O jogador líbio foi das melhores coisas que passaram por Braga desde sempre, sendo um jogador diferenciado e bem acima da média. Al Musrati movia-se num mundo próprio, desenhado em cada relvado nas suas imediações, onde o rigor geométrico estava presente nos seus passes e nas suas ações, pensando o jogo antes dos outros, o que o diferenciava dos demais. É, sem dúvida, uma perda elevada e a sua saída só pode ser entendida num pacto existente que fez o permanecer mais meia época, com a finalidade de ajudar a equipa a chegar à Liga dos Campeões, onde o próprio cumpriu o sonho de participar como jogador do SC Braga, em especial no confronto com o Real Madrid, que marca qualquer ser humano. Assim, desejo ao jogador os maiores sucessos, nesta busca de novo local para voltar a ser feliz e ser querido pelos adeptos como, indubitavelmente, aconteceu em Braga. A complicar a vida desportiva arsenalista ainda existe a lesão demorada de Bruma, além das ausências de Niakaté e Banza, na disputa de presente edição da CAN, e o regresso ainda distante do pleno de jogadores importantes, como Djaló e Abel Ruiz, ainda que este pareça recuperar aos poucos o brilho que já teve no passado na cidade dos arcebispos.

É neste contexto de dificuldades que surge a visita a Alvalade, onde mora uma equipa que tem dado poucos abusos aos adversários, ainda que o SC Braga procure o terceiro jogo da época sem ser mordido pelo leão.



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