O ensaio de Vizela 

O SC Braga tem um mês de dezembro bastante exigente no que à equipa principal diz respeito, com prolongamento garantido em janeiro próximo.

São diversos os obstáculos de elevada dificuldade, em diferentes competições, que surgem nesta caminhada do grupo que Artur Jorge lidera. Neste contexto, o Natal pode ser sorridente em Braga, mas também pode ser tristonho para a Legião, algo que nenhum dos seus elementos deseja. 

O derradeiro mês do ano até começou bem, com dois triunfos importantes consecutivos conquistados na liga portuguesa. O Estoril foi o primeiro adversário a enfrentar neste ciclo, com a vitória a sorrir aos brácaros, depois de mais uma remontada registada, pois os canarinhos estiveram em vantagem, lançando a apreensão geral, especialmente devido à sua boa fase, especialmente desde que Vasco Seabra assumiu o comando técnico. Os três pontos conquistados mantiveram a equipa arsenalista na luta da frente da tabela classificativa. 

A curta deslocação a Vizela era a paragem seguinte, onde mora uma equipa que no passado foi satélite bracarense, o que deixa um certo apreço braguista em relação aos vizelenses. O grupo de trabalho sabia de elevada importância do encontro e não quis regressar a Braga com um banho nas Termas de Vizela, pelo que a seriedade esteve bem presente no relvado, mesmo com algumas mexidas feitas pelo treinador Artur Jorge no onze escolhido. Os adeptos, conscientes da sua importância no apoio à equipa, rapidamente esgotaram os bilhetes disponíveis, numa salutar prática de preços acessíveis, que merece ser replicada noutros estádios. Está aqui a prova que os adeptos gostam de ir ao estádio, quando os preços são adequados ao nível geral da vida do país. 

O triunfo, por 3x1, foi conseguido com dois golos que cimentaram a liderança dos melhores marcadores de Simón Banza, por muito que isso custe à imprensa especializada e a algumas instituições que estão ligadas, de forma direta, ao mundo da bola. É com agrado que relembro a excelência da performance do avançado bracarense, esperando que ela se mantenha nos tempos vindouros. O triunfo ficou selado com um golo de baliza deserta de Bruma, assistido por Banza, uma vez que o guarda-redes local tinha ido ao ataque na parte final do jogo, e encerrou a resposta ao golo vizelense, que lançara a dúvida no desfecho da partida.

O desempenho da equipa do SC Braga e o bom resultado alcançado coloca como desejo nas almas braguistas que esta partida tenha sido o ensaio de Vizela para Nápoles, onde a repetição do triunfo com esta diferença lançaria o representante português para os oitavos de final da Champions League, contra as expectativas gerais no momento do sorteio. A missão em Itália será muito complicada e ninguém espera quaisquer facilidades, mas o sonho comanda a vida, pelo menos até ser hora de acordar. 

A partida no mítico estádio napolitano, cuja identificação honra um dos maiores nomes de sempre no futebol, leva-me a crer que Diego Armando Maradona talvez gostasse de assistir a este duelo, cujo contexto exigente ajuda a equipa bracara a crescer um pouco mais. Será, certamente, mais um dia marcante na longa história deste “jovem” clube centenário.

Uma nota final para o regresso aos triunfos da equipa B, depois de uma autêntica travessia do deserto efetuada pela jovem equipa arsenalista, onde a exceção foi o sucesso frente ao Varzim há três jornadas. Este resultado relança a luta pelo apuramento para a fase de subida, num dos quatros primeiros lugares, onde a competitividade é mais elevada e contribui para um crescimento adicional dos jovens Gverreiros do Minho. Veremos se os próximos resultados confirmam esta aparente melhoria.

O caminho que se segue não será nada simples de percorrer, mas a equipa vai unir as suas forças em torno de um coletivo que a torne mais eficaz. Por curiosidade, o resto desta competição coloca no percurso dos jovens arsenalistas, por esta ordem, Anadia (casa), Sanjoanense (fora), Felgueiras e Fafe, em casa, terminando com a visita ao terreno do Vianense. Faço votos para que a quadra natalícia ajude os jovens bracarenses a chegar ao tão desejado apuramento, numa temporada em que as dificuldades têm sido em doses superiores ao esperado.