* Chefe de Redação
A incompetência de Roger Schmidt não é uma possibilidade equacionável. Ninguém sabe menos em dezembro do que sabia em setembro, e o alemão não será certamente uma exceção degenerativa a esta regra universal.
Ora, como se explica então a acumulação de opções mais ou menos discutíveis do treinador do Benfica ao longo das últimas semanas? Haverá atenuantes, limitações, até um qualquer contexto que se nos escapa da vista, mas a verdade é que Roger não parece o mesmo.
Com a mesma convicção com que o elogiei na época passada, questiono-o na atual. Há uma rarefação de explicações no discurso, uma amedrontada e quebradiça postura perante os Media, uma reação demasiado fria ao estouro na Champions e aos acidentes (menos graves) no campeonato.
Uma dúvida: Roger Schmidt e a comunicação do Benfica só agora sentiram a necessidade de ter um tradutor nas conferências de imprensa do treinador, um ano e meio depois de chegar a Portugal?
Perante a impossibilidade de questioná-lo após o empate em Moreira de Cónegos, na caixa de fósforos de Rui Borges, ficam aqui algumas dúvidas mais do que legítimas sobre o empate a zeros e o momento inconstante dos campeões nacionais.
Na esperança de voltar a ver a melhor versão de Roger Schmidt.
1. Florentino e João Neves saíram ao intervalo porquê? Se havia desgaste e limitação física não seria melhor avisado apostar inicialmente noutros médios?
2. Petar Musa é o ‘9’ com melhor média de minutos/golos no plantel. Num campo estreito e num jogo a pedir futebol direto, o que o levou a não optar pelo croata?
3. João Victor não era opção há três meses. O que pretendia ao lançar o central brasileiro para o lado direito da defesa nos últimos minutos?
4. Se Tino e João Neves estavam limitados fisicamente pelo desgaste do jogo contra o Inter, que motivos o levaram a manter em campo Di María durante 90 minutos?
5. Gonçalo Guedes voltou a jogar poucos minutos. Recém-recuperado de lesão, que impacto esperava dele em tão pouco tempo?
6. David Jurasek foi um investimento alto (14 milhões) e nem no banco esteve. Deu o seu aval à contratação do lateral checo ou foi uma direção exclusiva da direção?
7. Numa equipa sem extremos (Rafa Silva joga por dentro e Di María procura movimentos interiores), o que o leva a apostar para o lado esquerdo num defesa que não ataca (Morato)?
8. Gilberto e Ristic não couberam no seu grupo de trabalho e o Benfica tem evidentes problemas nas laterais. Essas saídas tiveram a sua concordância?
9. O que identificou na forma de jogar de Arthur Cabral, que o avançado ainda não foi capaz de demonstrar de águia ao peito?
10. Já pediu desculpas a Gonçalo Ventura, jornalista da RTP que apenas lhe perguntou se o resultado contra o Sporting tinha sido melhor do que a exibição e recebeu de si uma resposta desadequada?