Conta com sete países no currículo de treinador, o último dos quais no Brasil ao serviço de Corinthians e Flamengo. Atualmente sem clube, Vítor Pereira concedeu uma entrevista ao diário espanhol, Marca, a quem falou dos vários momentos da carreira, da possibilidade de orientar o Everton e do lamento por não ter treinado nenhuma equipa das cinco principais ligas europeias.
Começando pelas épocas de maior sucesso da carreira, ao serviço do FC Porto, o técnico natural de Espinho não teve problemas em considerar como «muito forte» o seu grupo de trabalho: «Foi um período importante na minha vida, porque marcou o início da minha carreira a nível internacional. Tínhamos um grupo muito forte. Vencemos duas Ligas, perdendo apenas um jogo, o que indica que fomos uma equipa muito consistente. Jogámos um futebol dominador e de qualidade.»
«Saí por decisão minha. Não quis renovar porque estava no FC Porto há oito anos, cinco na academia e três na equipa principal. A minha intenção, quando não renovei, era ir para a Inglaterra treinar o Everton, mas isso não aconteceu e fui para a Arábia Saudita. Queria garantir financeiramente o futuro da minha família», reconheceu, antes de admitir «culpa» própria por nunca ter orientado alguma equipa dos denominados Big-5.
«Sinto um pouco de culpa. Não tenho paciência para esperar que a oportunidade certa chegue. Para mim, o futebol é como respirar, quando começo a ficar com falta de ar, tenho de voltar ao relvado», prosseguiu, confirmando, posteriormente, sondagens e interesse em ir para a liga espanhola.
«Acredito que um dia vai acontecer. Houve algumas oportunidades recentemente, mas não aconteceu. Mais cedo ou mais tarde vai acontecer, porque me identifico com a qualidade individual e tática da La Liga. É um ambiente ao qual eu me adaptaria com relativa facilidade», complementou.
Com uma breve passagem pelo futebol saudita, Vítor Pereira não se absteve de comentar o estado de investimento atual da liga local, estabelecendo uma comparação com o também familiar futebol chinês: « Se pensam que basta contratar jogadores e treinadores de qualidade para ter uma liga forte a longo prazo, enganam-se. Foi o que deu errado na China, onde o objetivo era a seleção nacional e começaram a pensar que iriam criar uma equipa forte naturalizando jogadores estrangeiros veteranos. Como os resultados não vieram, fecharam a torneira e deixaram de investir.»