Está apresentado o mais jovem técnico a orientar o plantel azul e branco: André Villas-Boas assinou contrato por duas temporadas e regressa assim às origens: iniciou em 2003 a carreira como técnico adjunto de José Mourinho no Porto. Uma escolha pessoal de Pinto da Costa mas o presidente dos dragões considera-a uma decisão consensual.
Olhando o passado de Villas-Boas, ressaltam mais os anos em que acompanhou o Special One do que propriamente a experiência como treinador. «O Robson pelo empurrão inicial. Por outro lado, partilhei muitas ideias com Mourinho. Cada um teve o seu impacto nesta história, no meu background e conhecimento», disse Villas-Boas. Talvez seja esse mesmo passado o alimento da fé de Pinto da Costa. André Villas-Boas chegou à Académica em Outubro, pegou na equipa em último lugar e terminou a prova em 11º. Estreou-se na Taça de Portugal, vencendo o Portimonense por 2-1. Curiosamente, o primeiro jogo para o Campeonato com André Villas-Boas no banco da Briosa decorreu no Dragão, 3-2 foi o resultado final.
«Sei os valores que esta casa defende, também os defendi e até à exaustão. Sei a exigência, sei o que esperam de mim e isso joga como uma vantagem. Sei o que se exige num clube de topo, sei o target que tenho a atingir e será sempre essa a minha referência», disse, decidido, André Villas-Boas.
Ainda assim, o optimismo e a confiança do recém-chegado técnico não podem ser confundidos com promessas: «O compromisso deste clube passa sempre pela vitória. Prometer faz-me muito lembrar 2002, quando um predestinado prometeu pela primeira vez», disse, lembrando a chegada de José Mourinho ao Porto: «Agora promete-se só por prometer e há muitas que ficam por cumprir. Neste clube vence-se desde 1893, quero deixar a minha marca, quero vencer. O meu compromisso é esse».
O novo técnico dos dragões não quis falar sobre o modelo de jogo que vai impor no Porto, preferindo referir-se a um «corpo comum de ideias»: «Fala-se muito em modelo de jogo, em organização, quando nada se tem definido. Eu acho que tenho um modelo de jogo bem definido, se não tivesse era incompetente e incompetente é coisa que não sou. Sei o quero para a minha equipa, fazendo-a funcionar da maneira que desejo».
Outro tema que Villas-Boas se escusou a abordar prende-se com os nomes que poderão vir a integrar o plantel. Sublinhando que há «uma série de nomes que surgem» e que «cheiram a mentira de 1 de Abril fora de data», o jovem técnico pretende reunir com a sua equipa técnica e com a estrutura já existente do FC Porto para depois se definir «o futuro da equipa» e se tomem decisões, acrescentando que pretende contar com 24 ou 25 jogadores.
Ao lado de André Villas-Boas estava Pinto da Costa, como um «guardião» da sua escolha pessoal mas que, na sua opinião, é uma escolha consensual: «Não conheço nenhum adepto que esteja céptico. Ouvi muita gente antes de decidir e todos apoiaram esta escolha. Quando se acredita num projecto novo é para ir para a frente, sem receios», disse Pinto da Costa, que aproveitou para desvalorizar as reticências quanto à idade do novo técnico portista: «Estão muito preocupados com a idade do André. Eu sou muito mais velho que ele e não estou preocupado. Talvez sinta é um pouco de inveja», brincou, atirando: «Não quero falar mais, se não ainda sou castigado».