Os inspirados do costume

O avançado argentino continua a mostrar que pode fazer a diferença a qualquer momento e tirou um coelho da cartola para fazer o 2-0 na altura certa, mas não se ficou por aí. Além disso, vimos uma versão de Di María bem mais altruísta, ajudando defensivamente do seu lado e até a fazer várias recuperações de bola em zona adiantada.

Ainda não há certezas sobre o futuro de Rafa Silva, mas, caso saia, será uma perda enorme para o Benfica e este jogo foi mais uma prova. Inspirado, muda uma partida e foi uma autêntica carraça no ataque, determinante para o sucesso ofensivo da equipa até ao 2-0 e premiado com um belo golo.

Voltou a mostrar que é, nesta altura, o avançado mais completo do trio à disposição de Roger Schmidt e, muito provavelmente, o que melhor encaixa nesta forma de jogar. Foi uma dor de cabeça e as suas permutas posicionais com Rafa foram mortíferas. «Só» lhe falta mesmo a finalização, onde voltou a pecar.

O lateral dinamarquês parece ter ultrapassado definitivamente a lesão que o afastou durante algum tempo e continua em crescendo de forma. Foi seguro defensivamente - Marseille sempre mais perigoso do outro lado - e continua a acrescentar alma e pulmão na direita.

Com o Marseille a procurar, no geral, jogar na transição, o criativo marroquino foi o principal dinamizador da equipa e foi criando dificuldades, especialmente quando estava do lado de Aursnes. Na 2ª parte até podia ter congelado a Luz e feito o empate, mas pecou na finalização.

Pelo estatuto e importância na equipa, o seu nome foi muito destaque antes do apito inicial e provou porquê. Até foi passando ao lado, mas mostrou ser letal ao mínimo erro, aproveitou o de António Silva e deixou a eliminatória bem mais em aberto para a 2ª mão.

Se o Benfica quer jogar assim, mais perto do que se via na época passada, precisa de Florentino em campo e o jovem médio defensivo português voltou a mostrá-lo, mais uma vez exímio no momento da recuperação de bola e impedindo a reação francesa em diversos momentos. Liberta o ataque.

As alas do Benfica, juntamente com Tengstedt e Rafa, foram sendo letais com bola e o jovem lateral francês foi dos maiores alvos encarnados, demonstrando claras dificuldades em acompanhar o ritmo e falhando no acompanhamento de marcações até à sua saída, por lesão.

O jovem central português até estava a fazer um jogo positivo - especialmente na marcação a Aubameyang -, mas falhou na abordagem ao lance que dá o 2-1 para o Marseille e pareceu perder a confiança desde aí, acumulando alguns erros que, embora menores, destabilizaram um pouco a equipa na defesa.