Jogou com os novos craques do Benfica: «Achava que o António Silva não estava preparado»

A equipa atual do Benfica é uma das mais ricas dos últimos anos no que diz respeito à utilização de jogadores vindos da formação e conta com o núcleo da geração que foi a duas finais da UEFA Youth League, além de um par de atletas um pouco mais velhos, mas também eles formados no Seixal.

O zerozero aproveitou a conversa com Renato Matos, que fez parte dessa geração e esteve nove épocas ligado ao Benfica, sobre o seu antigo colega Fábio Silva e questionou-o sobre os outros elementos desse grupo de jogadores, que agora estão ligados à equipa principal ou equipa B.

«O Benfica forma em qualidade e quantidade. A quantidade de jogadores de alto nível que saem da formação do Benfica para a Primeira Liga e outras grandes ligas é algo que não se vê no FC Porto e Sporting. Em relação à minha geração, de 2002, fazemos duas finais de Youth League, uma que ganhamos e outra que perdemos. É uma geração fantástica, vários na primeira equipa e alguns na equipa B. Eu sou o que está num patamar mais abaixo, mas acredito que tenho tempo para lá chegar», começou por dizer-nos.

Renato Matos esteve vários anos no Benfica @Global Imagens / Tony Dias

«Em relação a surpresas, o João Neves sempre teve muita qualidade. O que está a fazer é extraordinário, mas nunca pensei que fosse chegar ao nível que está neste momento. Para mim é o jogador mais na equipa do Benfica. Por muita qualidade que tivesse, está a surpreender muita gente. Nós sabíamos que ele ia lá chegar, mas não estávamos à espera que fosse tão rápido e com tanto destaque. Sempre foi um pulmão gigante no meio campo e tem demonstrado», explica, sobre o centrocampista.

«Mas a principal surpresa foi, sem dúvida, o António Silva, porque convivi com ele, no ano antes de se estrear na equipa principal. Ele tinha muita qualidade, mas eu achava que ainda não estava preparado. Demonstrou o contrário. É um centralão, que parece que joga há anos. O António é mais novo que eu, era um menino e sentia que lhe faltava alguma agressividade e aquele clique para jogar na primeira equipa. Mas a verdade é que desde o primeiro jogo demonstrou isso e desde aí disse que ele era um centralão. Vai fazer carreira ao mais alto nível. Não sei como se tem conseguido manter, mas para o Benfica é bom, porque é importante manter os melhores e o António é dos melhores do mundo. Acho que se vai desenvolver muito mais», conclui.