Foi a 14 de agosto de 2002 que Lazlo Boloni lançou um tal de Cristiano Ronaldo. O Sporting recebeu o Inter de Milão em jogo a contar para a terceira eliminatória da Liga dos Campeões e, aos 58 minutos do encontro, vai a jogo um miúdo franzino de apenas 17 anos.
18 anos depois, o técnico romeno que esteve duas épocas em Alvalade recordou, em entrevista ao jornal espanhol Marca, o que viu em Cristiano Ronaldo em 2002.
«Fui ver os juniores e pedi para ele vir para a primeira equipa, porque tinha um bom físico, era muito rápido e tinha grande técnica. Quando o vi em ação decidi que não ia voltar aos jovens. Ele era já um homem. No balneário era um brincalhão, mas no campo era algo de excecional. Tinha uma maturidade que não é normal para alguém com 16 ou 17 anos», começou por dizer o técnico que em 2001/02 conduziu os leões ao título de campeão nacional.
«Não sabia que ia ser um dos melhores da história, mas sabia que, sem lesões, seria muito bom. Na altura perguntaram-me e eu disse que poderia superar Figo e até Eusébio, e isso trouxe-me problemas, porque são como deuses em Portugal, e comparar um jovem com deuses... No entanto, acabou por demonstrar que eu estava certo», recordou Boloni, satisfeito com a decisão.
«Estou contente com a decisão que tomei, mas não foi fácil. Ele só queria fintar, não conseguia jogar sem fazê-lo. O meu trabalho foi dizer-lhe que um drible é importante para passar um defesa é importante, dois também.. mas cinco fintas são demais! Tentei explicar-lhe até onde era útil fazê-lo e ele, com a sua inteligência, encontrou o seu caminho», concluiu o treinador que agora orienta o Royal Antwerp da Bélgica, recordando ainda o agradecimento de Ronaldo, aquando da conquista da sua primeira Bola de Ouro, em 2008.
«Com Ferguson continuou a jogar como extremo direito e ganhou a sua primeira Bola de Ouro em 2008. Lembro-me que me convidou para a cerimónia e me agradeceu, foi fantástico», atirou.