Mais de 87 mil adeptos. A maior assistência da história de todos os jogos em Europeus. Inglaterra - Alemanha. Wembley. A receita perfeita para um dia memorável, sobretudo para a seleção inglesa, que venceu (2-1) a Alemanha no prolongamento e festeja finalmente uma conquista europeia no futebol feminino.
Depois de oito vitórias em finais, a Alemanha cai frente a uma Inglaterra que começou bem, foi caíndo ao longo da partida, mas foi empurrada pelos adeptos de Wembley para uma vitória histórica, alcançada na segunda parte do prolongamento, pela ponta da chuteira de Kelly. Desta vez, o troféu ficou mesmo em casa.
Record breaking from start to finish 🤩
The #WEURO2022 Final has become the ALL-TIME most-attended match at either a men's or women's EURO final tournament 🥳
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— Ticketing - UEFA Women's EURO 2022 (@WEUROTicketing) July 31, 2022
Uma final de um Europeu é sempre um dia que fica marcado na história, mas a final deste Europeu feminino fica nos livros. 87192 adeptos estiveram em Wembley. Recorde absoluto em Europeus, quer femininos, quer masculinos. Nas bancadas, a grande maioria esperava pelo fim do enguiço da seleção inglesa, que chegou à final em grande forma, tal como a Alemanha, mas com zero títulos no palmarés, ao contrário das alemãs, recordistas de vitórias na competição.
O começo, talvez motivado pela força que vinha a partir das bancadas, contou com uma Inglaterra bem superior, a criar a primeira ocasião por Mead.
A seleção alemã, que perdeu a craque Popp por lesão no aquecimento, demorou a entrar na partida, mas foi alemã a melhor ocasião de toda a primeira parte. Williamson, em cima da linha de golo, salvou as inglesas, que depois da boa entrada tinham perdido um pouco o discernimento com o passar dos minutos.
A segunda parte começou totalmente num sentido oposto. A seleção alemã começou por mandar no meio-campo e chegou com mais frequência à baliza de Earps. A entrada de Waßmuth foi determinante nesse sentido, mas foi quando tudo parecia correr mal à seleção inglesa que apareceu o golo da seleção a jogar «em casa».
Mead lesionou-se num lance, numa altura em que Russo e Ella Toone estavam já dentro de campo, mas foi enquanto Mead estava a ser assistida que Toone recebeu um passe espetacular de Walsh e, com toda a frieza, fez um golaço para a vantagem inglesa.
Atendendo à superioridade alemã, o golo não deixou de surpreender, embora tivesse surgido num lance em que a defesa da Alemanha é surpreendida com uma bola nas costas. Mas todos sabem que numa final nunca dá para confiar na Alemanha, por muito no fundo que esta esteja.
A resposta foi mais do que evidente. Depois de uma bola no poste, surgiu o golo do empate, da autoria de Magull, após excelente jogada coletiva da seleção alemã, que, depois do empate, esteve sempre mais perto de conseguir evitar o prolongamento do que a equipa inglesa.
Durante o tempo extra, até foi a seleção de Inglaterra a primeira a sentir a quebra física, o que levou a algum descontrolo que a equipa alemã não conseguiu aproveitar.
Sem forças nas pernas, ouviram-se as vozes e os aplausos ingleses, que terão dado a motivação necessária para evitar uma ida a penáltis cada vez mais prevísivel. Na sequência de um pontapé de canto, a confusão na pequena área alemã acabou quando a ponta da chuteira de Kelly empurrou a bola para a baliza. A jogadora do Manchester City nem queria acreditar. Hesitou nos festejos. Uma espécie de beliscão mental. Não era um sonho, mas sim realidade. A Inglaterra é campeã europeia de futebol feminino!
O número mágico e que entra definitivamente para a história. Quase 90 mil adeptos estiveram presentes em Wembley para a final do Europeu Feminino. Um recorde em jogos de Europeus, não só femininos, como masculinos. O futebol feminino está bem e recomenda-se.
A partida começou bem, mas o ritmo e qualidade caíram nos últimos 25 minutos do primeiro tempo e a final foi menos interessante nesse período. As constantes paragens motivadas pelo apito da árbitra ucraniana não ajudaram.
Puxou demasiado do apito e dos cartões, acabando por influenciar diretamente o ritmo da partida. No lance mais difícil, contou com auxílio do VAR, mas ficam dúvidas sobre um possível penálti a favor da Alemanha, ainda na primeira parte.