O que Portugal fez contra a Suécia foi o que muitas vezes costuma ser o mais difícil: fazer simples, fazer de forma fácil e ganhar sem espinhas. A equipa de Roberto Martínez mostrou-se, novamente, a um nível de elite. Os adversários que se cuidem: a jogar assim, esta seleção é candidata a ganhar o Campeonato da Europa.
Apesar do grande resultado, Portugal não teve um início de jogo feliz. A seleção nacional acumulou alguns passes errados nos primeiros minutos e a equipa sueca até foi quem causou a primeira ameaça.
O lance serviu de toque de alerta, para o conjunto português, que depois dos dez minutos começou a evidenciar a sua exibição de classe máxima. Portugal passou a jogar em grande velocidade entre dois e três toques, desmanchou a estrutura da Suécia e ganhou muito espaço.
Quando Rafael Leão marcou o primeiro golo, aos 24 minutos, já Portugal tinha feito mais do que o suficiente para estar a vencer. O golo fez com que a Suécia perdesse organização na zona central e depois surgiu a qualidade extrema dos criativos portugueses.
Bernardo Silva e Matheus Nunes ligaram os motores que tinham nas pernas e a qualidade cerebral. A Suécia sentiu de forma plena a subida de nível de Portugal e sem surpresa o resultado ficou dilatado.
O selecionador português ficou, com toda a certeza, muito satisfeito pela forma distinta como conseguiu marcar: o golo de Matheus Nunes apareceu pela zona central e de forma organizada, enquanto que o terceiro, por intermédio de Bruno Fernandes, surgiu numa saída rápida para o ataque.
No segundo tempo, Portugal voltou a revelar-se muito coeso na sua construção ofensivo, mas com outra estrutura. O selecionador nacional optou por apresentar-se com três centrais e dois laterais mais projetados.
Sem dificuldade, os lusos conseguiram chegar cedo ao 5-0 e desligaram a ficha da pressão. A Suécia acabou por ser mais ofensiva, nessa altura, marcou por Gyökeres, mas não assustou Portugal.
De resto, a seleção nacional teve várias oportunidades para marcar - Jota vai adormecer a pensar no golo que não marcou -, mas foi a Suécia quem terminou a partida a fazer um novo golo.
Portugal fez um exibição a roçar a perfeição, mesmo tendo sofrido dois golos.
Amigável é uma palavra que não entra no léxico dos jogadores de Roberto Martínez. A seleção portuguesa revelou uma intensidade muito alta, mas o que mais se destacou foi a vontade dos jogadores, assim como do selecionador português, de jogar rápido, mesmo nas bolas paradas. Preparação é mesmo assim.
Com um verão para preparar outras competições, a Suécia revelou neste particular contra Portugal que o trabalho por realizar ainda é muito. Foi muito curta nos duelos, não teve capacidade de criação e ainda deixou muitos espaços abertos na zona central.