Leva lá a bicicleta! É uma frase bastante comum, principalmente em discussões que envolvam política (ainda para mais em tempos de eleições) ou futebol, quando dá a sensação que 'não vale a pena continuar a insistir no assunto'. Em Vila do Conde, Rio Ave e SC Braga lutaram para desatar o nulo, mas nem o pontapé de bicicleta incrível de Banza (invalidado, mas já vamos lá), foi suficiente para evitar o 0-0.
Com este resultado, os homens da casa saltam para a 14ª posição (24 pontos), enquanto o SC Braga permanece no quarto posto (50 pontos), mas deixa escapar o FC Porto na terceira posição, que segue com mais cinco pontos.
Em relação ao jogo, houve mexidas de ambos os lados, mas sem grandes novidades. Nota apenas para Fábio Ronaldo que atuou a ala esquerdo - Marious Vrousai começou no banco - e para a entrada de Joca no 11 - não era titular desde a partida no Dragão.
Os primeiros 45 minutos não saciaram ninguém e tampouco proporcionaram um grande espetáculo. No entanto - como ponto positivo -, tivemos um excelente duelo no meio-campo (e algo incomum no nosso campeonato), entre dois campeões europeus que, apesar da idade, continuam a espalhar classe dentro de campo: Adrien Silva vs João Moutinho.
Em relação ao jogo, Luís Freire - no xadrez habitual (3-5-2) - dificultou muito a entrada dos arsenalistas no seu terço defensivo, não obstante, do ponto de vista ofensivo, viu-se com iguais dificuldades em criar perigo.
Focados em atrair a pressão média-alta do SC Braga, o Rio Ave, através de Amine e Adrien Silva, procurou soltar a bola - de forma invariável - no corredor esquerdo, local destinado para as feras - Embaló e Ronaldo -, mas nenhum foi capaz de ferir na 'hora h'. Embaló teve duas situações interessantes - um cruzamento venenoso e um remate forte -, mas, em ambas as situações, Matheus ficou a controlar a bola com os olhos.
Do lado visitante, o SC Braga foi quem criou as melhores situações, mas também não convenceu. Borja - assistido, de forma caricata por Fábio Veríssimo - rematou de fora de área para uma grande defesa de Jhonatan e Abel Ruíz - após grande trabalho de Banza - acertou em cheio no poste. Ainda assim, faltou (muita) agressividade ao SC Braga que sobreviveu da criatividade de Roger/Bruma e da capacidade individual de Banza para criar perigo.
Na segunda parte, o Rio Ave entrou melhor, esteve perto do golo em dois remates fortíssimos de Patrick - um de fora de área, o outro de livre direto -, mas depois... surgiu BANZA. B-A-N-Z-A. Que MOMENTO.
Foi, posteriormente, anulado por fora de jogo - como explicou Veríssimo após revisão no VAR -, mas nada apaga o lance mágico do avançado congolês que, num pontapé de bicicleta, colou o queixo de todos no chão e respondeu da melhor forma a um cruzamento (também muito bom) de Roger.
O lance, como referido, não contou e foi festejado como um golo em Vila do Conde. A partir daqui, os homens de Freire voltaram a assumir o comando do jogo e estiveram por cima durante uns bons 15 minutos. No último quarto de hora, Djaló - entrou para o lugar de Bruma no segundo tempo - teve dois bons remates, mas foram os vilacondenses, perto do fim, mais perto do golo.
Boateng, na cara de Matheus, permitiu uma boa defesa ao brasileiro e João Teixeira, num remate pouco ortodoxo, disparou ligeiramente ao lado. Até final, apesar da insistência de ambas as partes, tudo ficou como começou.
Momento histórico em Vila do Conde! 📖
— sport tv (@sporttvportugal) March 9, 2024
Banza tem o seu golo anulado com explicação para todo o estádio! 🏟️#sporttvportugal #LIGAnaSPORTTV #ligaportugalbetclic #rioave #scbraga pic.twitter.com/z3hY6gG8hv
Depois de um primeiro tempo pouco interessantes do ponto de vista do espetáculo, a segunda parte acordou os adeptos - o golaço do Banza ajudou - e mostrou um equilíbrio quase a 100 por cento entre dois conjuntos que foram, de forma evidente, atrás dos três pontos.
Obviamente que, o mais importante, é (e será sempre) a verdade desportiva. Mas custa, para todos os adeptos do futebol, ver golos assim serem invalidados.
Fábio Veríssimo não manteve um critério muito uniforme ao longo do jogo e, no lance mais mediático da partida (golo invalidado a Banza), a decisão foi devidamente justificada, mas deixa algumas dúvidas, ainda assim. Apesar de tudo, benefício da dúvida.