No duelo de encerramento da ronda 13 da Liga Portugal Betclic, Gil Vicente e Moreirense não conseguiram lograr os três pontos, ao empatar a uma bola (1-1), numa partida em que as ocasiões não abundaram, mas que a indecisão permaneceu até final.
Num jogo com ascendente dos pupilos de Rui Borges em grande parte da partida, a clareza total dos intérpretes apareceu apenas da marca de grande penalidade. O Moreirense voltou a demonstrar que é um dos dos casos sérios desta Liga, ao passo que os barcelenses pareceram algo desinspirados face ao que já exibiram esta temporada.
Em polos opostos de forma - o Gil não vencia há cinco jogos na Liga, o Moreirense não perdia há sete -, não foi preciso esperar muito para que o primeiro golo surgisse. Tidjany Touré - novidade no onze de Campelos -, apareceu com espaço sobre a esquerda e acabou derrubado por Fabiano.
O lance foi revisto pelo pente fino do VAR e pelos olhos de Hélder Malheiro, que apontou para castigo máximo. Na conversão, Pedro Tiba não tremeu, apesar de Kewin ainda ter chegado à bola com a ponta das luvas.
Nos minutos seguintes, o Moreirense cresceu e, a beneficiar de um meio-campo a viver dias de grande dinâmica, impôs dificuldades aos da casa, algo desconfiados de si mesmos em vários lances na saída recuada. Gonçalo Franco e Ofori conferiram segurança na construção cónega, com André Luís a deixar o primeiro aviso com um cabeceamento que Andrew encaixou.
Minutos depois, Gabriel Pereira deixou a bola à mercê de Franco que, com espaço, não foi capaz de definir de forma ideal o passe «de morte» para Alanzinho. Ultrapassada a fase mais delicada, o Gil estabilizou o seu jogo e distanciou o Moreirense da baliza de Andrew, deixando o jogo ligeiramente mais adormecido.
Até ao descanso, Fujimoto voltou a assustar Kewin num autêntico penálti em movimento muito desenquadrado, com Alanzinho, na resposta, a ficar com o empate a centímetros de distância, após belo remate em arco. Nos descontos, o cabeceamento de Rúben Fernandes a rasar a barra foi o carimbo do crescimento gilista na reta final da etapa.
No regresso, os cónegos voltaram a apresentar o vigor demonstrado em certos períodos da etapa inicial de forma mais constante e o conjunto barcelense atravessou a fase mais delicada em toda a partida.
A capacidade de ganhar as primeiras e segundas bolas foi notável do lado forasteiro e, fruto disso, o empate pairou. Esquecido ao segundo poste, Madson protagonizou as duas perdidas mais flagrantes, deixando o público gilista impaciente com a equipa.
Ao ver que a equipa atravessava dificuldades de maior, Vítor Campelos lançou Murilo, Maxime Domínguez e Baturina de uma só vez e as melhorias foram notórias quase de forma instantânea. Contudo, o Moreirense acabou por materializar o ascendente anterior, chegando ao empate na cobrança de um penálti marcado por André Luís.
Até ao soar do derradeiro apito, o jogo partiu, Maxime Rodríguez falhou o 2-1 por uma nesga e os últimos fogachos ofensivos dos gilistas ainda fizeram acreditar o público que o triunfo ficaria em Barcelos. Não ficou e o Galo não canta há mais de dois meses.
Já não é novidade que este Moreirense é capaz de exibir bom futebol e processos de jogo rigorosos, seja contra quem for. Esta noite, num reduto tradicionalmente difícil para qualquer equipa, os pupilos de Rui Borges não se deixaram abater pela desvantagem madrugadora, retiraram grande parte da iniciativa de jogo gilista e fizeram o adversário passar por dificuldades pouco habituais no seu reduto.
Conhecida por ser uma equipa sempre à procura de futebol atrativo, o jogo desta noite não foi a melhor amostra deste Gil Vicente. Frente a uma das sensações do campeonato, a equipa de Vítor Campelos foi incapaz de fazer trabalhar o miolo da forma habitual. É certo que os cónegos trouxeram a lição bem estudada, mas é notória também a fase menos positiva dos barcelenses, há seis jogos sem vencer para a Liga.
Apesar das dúvidas na marcação da grande penalidade a favor dos gilistas, Hélder Malheiro parece ter acertado na primeira grande decisão da partida, algo que repetiu na hora de apontar para castigo máximo para o Moreirense. Ainda assim, não apresentou um critério largo e que deixasse fluir o jogo da melhor forma, face às muitas faltas que foi marcando.