Um Rio Ave aflito, entre todas as dificuldades intrínsecas da punição, e um Estrela da Amadora com várias dificuldades e em declínio de confiança, não foram além de um empate a um golo. As esperanças estão alocadas ao mercado de janeiro onde podem trazer o ar fresco da mudança, mas, até lá, terão de ir à guerra com as armas que ambos têm em casa.
No que concerne a alterações, Luís Freire apenas promoveu uma, mas conseguiu alterar quase por completo a disposição da equipa em campo. Joca ocupou o lugar de Bruno Ventura e subiu ao setor atacante para fazer trio com Boateng e André Pereira.
Já Sérgio Vieira mexeu em quatro peças. Johnstone Omurwa - baixa de última hora -, Miguel Lopes, Aloísio Souza e Léo Jabá caíram das escolhas e subiram Hevertton Santos, Erivaldo Almeida, Vitó e André Luiz.
13 segundos e João Reis apareceu na cara de Jhonatan. 15 minutos e o remate de André Pereira dá ilusão de golo. De resto, pouco ou nada há para contar na primeira parte do encontro.
Equipas encaixadas, com um Rio Ave pouco aberto no ataque. Joca e André Pereira ajudavam Boateng nas ofensivas, mas, como jogaram atrás do avançado ganês, não existia qualquer largura no ataque rioavista. Seria para potenciar Costinha e Fábio Ronaldo nas alas? Compreendemos, mas raramente aconteceu.
O Estrela da Amadora em pouco resolvia no ataque. Presos ao meio-campo e à busca constante do erro adversário, a construção de jogo não passava do primeiro terço do terreno adversário.
O único momento de verdadeira emoção neste espaço de tempo foi mesmo um lance na área do Estrela, onde foi pedida grande penalidade para o Rio Ave. O árbitro apenas ouviu o vídeo-árbitro e não concedeu o castigo máximo num lance que deixou várias dúvidas.
Até ao intervalo, era notória a necessidade de ambas as equipas regressarem aos balneários e delinear estratégias diferentes. O jogo não atava, nem desatava ou provocava qualquer reação de ânimo a quem o assistisse até então.
Estão ver o que escrevemos no final do parágrafo anterior? Pois... A mudança não foi absolutamente nenhuma. O Rio Ave continuou a controlar a toada ofensiva do jogo, mas o critério no último terço praticamente parecia não existir.
Todos sabemos e reconhecemos o grande problema que o emblema de Vila do Conde atravessa e também percebemos o quanto precisam de mercado de transferências de janeiro para fazer mudanças e trazer ar fresco para o plantel.
O futebol praticado pelos vilacondenses não é mau, sejamos sinceros, mas sente-se mesmo que falta ali alguma coisa. O Estrela da Amadora ainda conseguiu travar vários ataques - afinal, o bloco compensou em alguma coisa -, mas eles próprios também não conseguiam criar o que quer que seja.
Por falar em criação, há algo que temos a destacar. Hernâni entrou e mudou o jogo ofensivo do encontro. Que entrada do avançado em campo. Tanto que ele próprio deu origem à jogada que potenciou o golo de Aderllan Santos.
Mesmo assim, a efusão era tanta que a desconcentração se seguiu e... golo do Estrela da Amadora. Os comandados de Sérgio Vieira souberam aproveitar o deslize e o próprio Josué acabou por colocar a bola na própria baliza. Que reação. A emoção, afinal, ficou guardada para o fim.
Falámos em reforços e é mesmo isso que temos a dizer: Hernâni foi o grande reforço de Luís Freire para este encontro. Inacreditável. Posto isto, referimos - depois de um encontro onde o sofrimento foi brutal para ambos os emblemas em campo: amigos, janeiro está aí à porta. Falta um mês para poderem refrescar.
O Rio Ave controlou a maioria do encontro, mas, simplesmente, não conseguia concretizar. No entanto, há uma nota que louvámos: as substituições de Luís Freire. Hernâni e Zé Manuel deram uma nova vida no ataque vilancondense. Mais dinâmica, mais criatividade. Valeu pela intenção.
A primeira parte deste duelo deixou mesmo muito a desejar. Sem ritmo, muitas perdas de bola, várias faltas e muito pouca história de jogo em si. Merecia mais.
Várias dúvidas na decisão que tomou sobre o lance na área do Estrela da Amadora, onde a bola pareceu embater diretamente no braço de Erivaldo. Nuno Almeida apenas ouviu o VAR e apontou para pontapé de canto, no maior caso de análise do encontro. De resto, a análise ao golo de Aderllan também deixa mínimas dúvidas.