Objetivo cumprido, mas só no sentido em que Portugal, mesmo não precisando, conseguiu vencer e manter o pleno de vitórias nesta fase de qualificação para o Campeonato da Europa.
Frente ao diminuto Liechtenstein, que não conhece o sabor da vitória nem o nível de profissionalismo do oponente que recebeu, a equipa de Roberto Martínez registou uma das suas piores exibições. Houve falta de intensidade, falta de acerto e, por vezes, uma atitude de indiferença que se assemelha à reação dos adeptos: «que se lixe, já estamos apurados»!
A seleção portuguesa chegou a Vaduz com a qualificação e o primeiro lugar do grupo já assegurado, para defrontar um Liechtenstein que, num contraste perfeito, registava o pleno de derrotas e não tinha forma de sair do último posto. Estes dados faziam prever um apático cumprir de calendário, até que o onze de Roberto Martínez convenceu vários portugueses de que uma goleada sem precedentes estaria nas cartas...
Ronaldo, Ramos, Félix, Jota, Bernardo, Bruno... A equipa titular parecia a secção atacante da lista de convocados! As funções defensivas ficaram entregues aos estreantes José Sá e Toti Gomes, que as partilharam com António Silva e Rúben Neves, sendo que, como já se esperava, não houve muito trabalho nesse departamento.
Ao intervalo, o marcador registava um nulo tão desapontante como impensável, tendo em conta que a seleção do Liechtenstein levava 21 derrotas consecutivas e é quase exclusivamente composta por atletas amadores. Eram necessárias melhorias e foi precisamente isso que aconteceu.
A vantagem mínima foi duplicada 10 minutos depois, quando João Cancelo, melhor em campo esta noite, aproveitou uma saída prematura de Büchel para rematar para uma baliza deserta. Valeu o erro do guarda-redes adversário, sendo que de resto o capitão, na sua 60ª internacionalização, foi um dos melhores elementos.
Ainda houve tempo para a estreia de João Mário e também para um terceiro golo, finalizado por Gonçalo Ramos num lance de bola parada, mas esse foi anulado após intervenção do VAR. No fim, o marcador guardou um magro 0-2, que teve quase tanta celebração do lado caseiro como do português.
Nove jogos, nove vitórias! É este o registo de Portugal sob o comando de Roberto Martínez e é esta a caminhada lusa na fase de qualificação para o Campeonato da Europa do próximo verão. Não foi um jogo entusiasmante, mas há um certo conforto em jogar com a calculadora guardada.
Mesmo somando os três pontos, um 0-2 no microestado do Liechtenstein deixa uma sensação de fracasso. O estatuto das equipas pedia goleada e o onze apresentado reforçou esse pedido, mas não se verificou. Pior que o resultado foi a exibição, uma vez que não se justificava diferença maior no marcador.