Não foi brilhante, mas o FC Porto pode, finalmente, voltar a sorrir. Depois dos desaires frente a Benfica e Barcelona, para o campeonato e para a Liga dos Campeões, respetivamente, o conjunto azul e branco recebeu e venceu o Portimonense por 1-0.
Se, do lado do Portimonense, Paulo Sérgio apostou no onze que se previa antes do jogo, a verdade é que, do lado azul e branco, Sérgio Conceição promoveu algumas mudanças inesperadas em termos de opções inicias. Alinhando no habitual 4-4-2, o técnico manteve a confiança em Romário Baró, que havia tido um momento menos feliz a meio da semana, e chamou ao onze Nico González, que não era titular desde o dia 3 de setembro.
O jogo ainda não tinha começado e já os adeptos do FC Porto festejavam como se um golo tivessem visto. De regresso a Portugal para integrar os trabalhos da seleção, Otávio aproveitou para voltar ao Estádio do Dragão, local onde foi recebido com palmas e cânticos quando surgiu nos ecrãs gigantes do recinto.
A energia das bancadas contagiou os jogadores, que entraram a 'todo o gás' no encontro. Evanilson, de volta ao onze, quis justificar a aposta de Sérgio Conceição e teve duas boas oportunidades ainda dentro dos cinco minutos. A insistência do brasileiro acabou por ser recompensada aos nove minutos, altura em que, lançado por Pepê na profundidade, o camisola 30 conseguiu furar a resistência algarvia
Sendo certo que o remate já ia em direção à baliza de Vinicius Silvestre, Filipe Relvas acabou por ter um desvio decisivo para que o lance culminasse em golo para o adversário, sendo que o defesa-central já apontou três autogolos na presente temporada. Eis a definição de azar...
O bom início de partidas podia indicar que o FC Porto iria carregar e partir para uma exibição completamente dominadora; no entanto, essas expectativas saíram um pouco defraudadas. Não é que os dragões não tenham sido sempre superiores em relação a um Portimonense muito preocupado com as tarefas defensivas, mas deu claramente a ideia que faltou um pouco de acutilância aos dragões no último terço. Apesar de Wendell ter tido uma bom remate aos 25', a vantagem tangencial perdurou mesmo até ao descanso.
Com Eustaquio no lugar do amarelado Alan Varela, o FC Porto entrou mais pressionante na segunda parte e esteve perto de ampliar a vantagem pouco depois do minuto 50. Num lance em que apareceu na área do Portimonense com três (!) colegas ao seu lado, Pepê preferiu visar a baliza algarvia, tendo o remate sido parado por Vinicius. Um pouco à imagem do que se passou frente ao Barcelona, o brasileiro pareceu pouco tranquilo em frente à baliza (atirou por cima numa grande oportunidade pouco depois), num cenário que, de forma natural, prejudicou o FC Porto.
O Portimonense, que até então havia sido inexistente do ponto de vista ofensiva, foi-se libertando e terminou o encontro com duas grandes ocasiões. Primeiro, por intermédio de Hélio Varela, que apareceu isolado na cara de Diogo Costa e não conseguiu desfeitear o internacional português; e depois do Carlinho, médio que, de livre, atirou à malha superior da baliza azul e branca.
Já sem David Carmo, expulso à entrada dos últimos dez minutos, o FC Porto foi gerindo o desenrolar dos acontecimentos e conseguiu somar os três pontos (Toni Martínez ainda teve um golo anulado nos descontos). A exibição dos dragões esteve longe de ser perfeita, mas, na perspetiva de Sérgio Conceição, o mais importante foi conseguido. Está assim colado um importante penso na ferida deixada em aberto pelas derrotas frente ao Benfica e ao Barcelona.
Pese embora Sérgio Conceição tenha referido que este era um daqueles jogos que o FC Porto podia ter marcado mais golos, um dos aspetos mais importantes para o técnico terá sido, com toda a certeza, o facto de a equipa ter conseguido manter a baliza inviolável. Este foi apenas o segundo jogo em 2023/24 no qual os dragões conseguiram tal feito, num registo que será decisivo para que a equipa possa alcançar os seus objetivos
O favoritismo do FC Porto era inegável, no entanto, esperava-se um pouco mais do Portimonense do ponto de vista ofensivo. A equipa de Paulo Sérgio só assustou verdadeiramente à hora de jogo e nem com mais um em campo conseguiu aproximar-se de forma efetiva da baliza de Diogo Costa