Skol, ou skål em dinamarquês, sueco e norueguês, é a expressão usada pelos povos nórdicos para fazer um brinde para alguém, pessoa coletiva ou individual e, depois deste jogo, o Sporting bem pode agradecer à sua dupla escandinava, os Vikings Morten Hjulmand e Viktor Gyokeres, que desbloqueou um jogo difícil, vencido pelo Sporting por 3-0, frente a um Moreirense que se mostrou personalizado em Alvalade. O Leão não larga o Dragão na liderança.
O futebol regressava a Alvalade e a grande surpresa do lado dos leões para arrancar a partida era a presença de Paulinho, em grande forma, no banco de suplentes, para começar a partida, dando lugar a Marcus Edwards. Já do lado cónego, Rui Borges decidiu proteger a ala e dar a titularidade a Frimpong e Pedro Amador, simultaneamente, colocando Madson no banco. Os dados estavam lançados.
A suspeita era grande, mas rapidamente se confirmou que o Moreirense se apresentava em Alvalade a defender numa linha de cinco defesas, com Frimpong como central da esquerda e Pedro Amador a servir de ala desse lado. Contudo, os cónegos eram atrevidos, tanto no ataque, como na pressão. Com bola, Amador era o falso extremo, mas a pressionar fechava atrás, deixando essa missão para os quatro médios e o avançado André Luís.
Esses, por sua vez, tinham um claro objetivo: sobrepovoar o miolo, impedindo Morita e Hjulmand de fazer a ligação entre setores e obrigando os leões a colocar mais em jogo os seus alas, que por sua vez não conseguiam dar a largura desejada, perante a tal linha de cinco defesas. De resto, esta pressão tirou alguns frutos e, aos 6 minutos, o Sporting não soube reagir ao posicionamento de Alanzinho como segundo avançado, vendo André Luís acertar no poste. Mas nem sempre foi assim.
A espaços, essa inclusão tirou frutos e o Sporting conseguiu-se aproximar da área, mas o perigo apenas surgia, quase sempre, na meia distância - Hjulamand acertou mesmo no poste, com uma bomba - ou na bola parada (Morita teve uma grande oportunidade aos 14'). Havia, no entanto, mérito cónego (e de Maracás) na forma como iam retirando Gyokeres do jogo. Quanto ao resto, Kewin Silva ia-se mostrando em grande entre os postes. Havia muito a melhorar no leão.
Era a hora do leão reagir e acabou por ser precisamente a partir das alas, mais propriamente a esquerda, que fez a diferença. Gonçalo Franco ainda deixou, aos 50', Alvalade de coração nas mãos, com um remate quase de meio campo que ia dando golo, após falha de comunicação entre Adán e a defesa, mas, a partir daí, só deu Sporting.
Gyokeres avisou logo a abrir, assistido por Nuno Santos - determinante no crescimento da equipa, pela maior presença e ajuda à equipa com bola - e o golo não tardou. Aos 55', após um alívio para zona proibida, Hjulmand surgiu à entrada da área (após cruzamento na esquerda, pois claro), possivelmente na primeira vez que o miolo cónego falhou nessa marcação, e atirou a contar. O leão não se ficou por aqui e a fórmula canhota resultou novamente pouco depois, aos 61', desta feita com Nuno Santos a assistir Gyokeres, que finalmente enganou Maracás, e fez, de cabeça, o 2-0.
As oportunidades foram-se acumulando junto da baliza forasteira - ao passo que Adán foi quase espetador - e não fosse Kewin (e alguma ineficácia) e teríamos visto uma vitória mais folgada dos de Alvalade, mas a frieza viking acabou por ser suficiente para o Sporting vencer um jogo difícil. Já em cima do final, nos descontos, Diomande colocou o ponto final na partida, respondendo da melhor forma a um canto, para fazer o 3-0. É o regresso às vitórias do Leão.
Taticamente, o Moreirense foi atrevido - apesar da linha de cinco defesas - e mostrou ter a lição estudada, tendo grande mérito em anular o Sporting na 1ª parte. Por outro lado, Rúben Amorim também soube ler o jogo e mudou a abordagem na 2ª parte, com belo efeito. O trabalho de treinador a fazer a diferença.
Percebeu-se porque Paulinho começou no banco assim que se viu a abordagem cónega para este jogo e podia ter sido um jogo para Pote e Marcus Edwards se destacarem, mas este estiveram desaparecidos, especialmente na 1ª parte, e a equipa sofreu com isso. Na 2ª, com Nuno Santos em destaque, Pote ainda conseguiu aparecer, mas longe do visto noutros tempos.