Entre todo o pesadelo que se vivia em Portimão - com duas goleadas sofridas nos primeiros dois jogos -, a visita a Arouca seria tratada como o afastar dos monstros. Com o paralelismo feito com um filme infantil sobre espantar monstros, voltou a não existir um verdadeiro grito de revolta. O Portimonense e o FC Arouca empataram a um golo.
Com uma alteração forçada no onze inicial do FC Arouca, após a expulsão madrugadora de Matías no último encontro, Pedro Santos voltou a assumir o lugar no meio-campo e dei mais garantias a Daniel Ramos. No que toca ao Portimonense, uma revolução: o estreante Dener, Igor Formiga e Hélio Varela entraram num onze que passou de um 5x3x2 para um 4x3x3 - o terceiro esquema tático utilizado por Paulo Sérgio esta temporada (em três jogos diferentes).
Vamos fazer um paralelismo entre este jogo e um filme infantil. O Monsters Inc. [Monstros e Companhia, na tradução], conhecido guião sobre uma fábrica de monstros regulada pelos gritos das crianças aquando dos famosos sustos potenciados pela invasão das criaturas aos armários dos quartos dos pequenos, pode ser considerado - em parte- como uma visão deste início de temporada do Portimonense.
Sendo que um clube «vive» de vitórias, as derrotas assustam, aos algarvios, na teoria, aplica-se o mesmo. No entanto, vamos inverter. O «gás» que acendia a chama do Portimonense era a necessidade de conseguir pontos - depois de duas goleadas.
O «grito das crianças» que os comandados de Paulo Sérgio procurava era a vitória e fez por mostrar isso, ao início. Surpreenderam. Entrar a marcar e a pressionar o FC Arouca. Hélio mandou o primeiro grito, mas foi de guerra.
Nada mais do que isso. Um grito de guerra que serviu para «espantar o monstro debaixo da cama»... na primeira parte. Todo o restante da trama que aconteceu em Arouca não teve o Portimonense como verdadeiro protagonista.
Esta é a adaptação de uma famosa frase de uma das personagens do filme, Mike Wazowski, quando se dirige a Sulley, o co-protagonista, e diz que não pode dar um nome a Boo - uma das crianças, que faz parte do restante guião (não vamos dar spoil a quem ainda não viu) - porque vai ficar agarrado a ela e vai ganhar carinho por ela.
No que toca ao FC Arouca, é algo parecido. O início da temporada tem corrido relativamente bem - se esquecermos olimpicamente a eliminação da Conference League - e Daniel Ramos em pouco ou nada mudou as peças.
No fundo, os arouquenses agarraram-se a um onze muito, mas muito base, e não existem grandes alterações a fundo. Aqui, o desgaste começa a acumular e torna-se notório.
Entrou Trezza e, subitamente, reboliço no relvado. O FC Arouca juntou a companhia e tentou de tudo para assustar. Cristo Gonzalez e Jason Remeseiro foram os verdadeiros «monstros» no ataque, mas Nakamura não se comprometia.
Sylla gritou de forma mais intensa, depois da brilhante ajuda de David Simão. O guarda-redes nipónico não fez mais do que «esconder-se entre os lençóis».
O Arouca entrou mal na partida, tendo sofrido o golo nos primeiros cinco minutos. No entanto, o discernimento apareceu e souberam dar a volta à situação.
A entrada do Arouca para a primeira parte deixou mesmo muito a desejar. Completamente descoordenados e à nora. O golo sofrido que o diga.
Critério desajustado. O árbitro deste encontro teve um critério pouco regular, sendo que algumas das faltas que assinalou foram marcadas indevidamente ou a favor da equipa errada, em vários casos. Esteve bem - após intervenção do VAR - no lance do golo de Sylla, devido possível fora de jogo.