Com o novo técnico à espreita na bancada, o Vitória SC tentou dar a melhor réplica na era pós-Moreno. Diante do Gil Vicente, as equipas do Minho foram combativas e levaram o resultado ao 2-1 final, que sorriu aos vimaranenses.
Não existiu qualquer alteração nos onzes iniciais de cada uma das equipas, no que toca aos últimos duelos que enfrentaram. Afinal, como diz a lenda, em equipa que ganha não se mexe. O treinador interino João Aroso não alterou qualquer peça do tabuleiro e Vítor Campelos seguiu a mesma toada.
Quem acabou por fazer a diferença no resultado foi alguém que saltou do banco. Nélson da Luz brilhou com o golo da vitória no primeiro jogo que Paulo Turra assistiu, ainda antes de assumir o comando técnico da turma de Guimarães.
Na era de «luto» após a saída de Moreno, não se esperava um Vitória SC muito diferente daquele que se viu frente ao Estrela da Amadora. Afinal, com a restante equipa técnica a permanecer no banco de suplentes e João Aroso a assumir o cargo principal interinamente, pouco ou nada poderiam mudar numa semana.
Entraram com vontade. Jota Silva e Afonso Freitas tentaram ser os verdadeiros elementos diferenciadores durante a primeira parte, frente a uma formação gilista que tentou combater a profundidade vitoriana. Que o diga o avançado natural de Gondomar, que foi apanhado um número incontável de vezes em fora-de-jogo devido ao posicionamento irrepreensível da defesa do Gil Vicente.
A turma preta e branca foi ameaçando enquanto mais não deu, mas pareciam não acertar com a baliza e, quando efetivamente acertou, mais um fora-de-jogo assinalado.
Os comandados de Vítor Campelos iam fazendo o que podiam frente a uma equipa que entrou «com tudo». Nos processos defensivos, a equipa barcelense mostrava-se convicta, mas, nos momentos ofensivos, pouco ou nada conseguiu perante um Mikel Villanueva imperial - que diga aquele corte que faz em cima da linha a remate de Kanya Fujimoto.
Diz a lei informal e universal: «Qualquer coisa que possa correr mal, correrá mal, no pior momento possível.» Pelo menos, havia de ser este o sentimento que passou pela cabeça dos jogadores do Vitória SC no início da segunda parte.
O fora-de-jogo continuou a atraiçoar os vimaranenses, tal como na primeira metade do duelo e, quando a turma gilista começou a crescer no jogo e a apresentar demora na reposição da bola, Baturina fez o gosto ao pé na primeira oportunidade flagrante.
Se houve um Silva a tentar fazer a diferença na primeira parte, outro Silva fez levantar o estádio na segunda parte. Canto direto, golo. Tiago Silva foi imperial nas ações e decidiu sê-lo no empate. Afinal, há quase sempre um contraditório ao que achamos ser lei.
Entrou-se numa fase frenética. Bola de um lado, bola do outro. O Vitória SC acabou por controlar, a pouco mais de um quarto de hora do final.
O controlo foi tanto que Nélson deu Luz [n.d.r: perdoem-nos o trocadilho óbvio] e o golo da vitória. Do «meio da rua», deu novo alento ao Vitória SC para aguentar o restante do duelo - que já não era muito - com o Gil Vicente a tentar aproveitar qualquer erro e avançar em direção a Bruno Varela.
Não foi possível. Os três pontos ficaram em Guimarães.
A entrada do Vitória SC em jogo deixou bastantes pontos positivos a assimilar. Com velocidade de ponta, a apostar na profundidade, só faltava mesmo acertar na decisão no último terço.
Normalizou-se um comportamento que assim não deveria ser. As perdas de tempos nas reposições de bola em lances de bola parada tiveram um papel importante no jogo. Mind game? Até pode ser, mas quebra o ritmo do jogo e cansa de ver.
Critério regular, mas o lance do golo invalidado a Jota Silva na primeira parte deixa algumas dúvidas. Para além disso, ajuizou de forma correta e aceitável.