Gyokeres foi a única atração, mas com o sueco a música já é outra. O Sporting está diferente para melhor e deixou bons sinais neste regresso a Alvalade. O «Troféu Cinco Violinos» ficou em casa, depois da vitória por 3-0 sobre o Villarreal, mas mais importante do que o triunfo voltou a ser a exibição competente da equipa de Rúben Amorim.
O sueco é, até ver, o único reforço da equipa leonina, por isso a análise, mais detalhada no artigo em destaque no zerozero, deve começar pelos nomes mais conhecidos.
Coates, capitão de equipa, esteve em grande destaque na primeira parte, especialmente quando a equipa de Rúben Amorim sentiu mais dificuldades.
O Villarreal de Quique Setién, ainda a precisar de reforços após as saídas importantes de Pau Torres, Chukwueze e Nicolas Jackson, conseguiu ter bola numa etapa inicial e incomodar Adán, mas o espanhol evitou o golo de Gerard Moreno.
O avançado espanhol espalhou classe nos pormenores, mas falhou na linha de fora de jogo, o que fez com que tivesse um golo anulado numa altura em que o Submarino Amarelo estava por cima.
Com o passar dos minutos, o ataque leonino começou a funcionar com mais eficácia e de diferentes formas. É aqui que temos de falar de Gyokeres, mas não só.
Pedro Gonçalves, novamente no meio-campo, foi o elemento diferenciador na manobra ofensiva de Rúben Amorim. Trincão, a espaços, também apareceu, mas até foi Edwards, o mais desligado do trio ofensivo, a marcar em cima do intervalo.
Depois do violino à entrada, o estilo sportinguista aproximou-se mais do rock and roll. Que não se confunda esta expressão com ideias de outros treinadores, mas também aqui deu para perceber que Rúben Amorim quer diferentes coisas da sua equipa.
Se na primeira parte vimos um Sporting à espera que o Villarreal desenrolasse o jogo com bola, no segundo tempo tivemos um leão bem mais pressionante. Diferente, mas igualmente eficaz.
45 minutos em que só deu Sporting e que ainda serviram para ver Geny Catamo surgir como uma bela surpresa, numa posição onde Amorim ainda procura soluções.
Nesta fase, Paulinho e Gyokeres voltaram a formar dupla e uma vez mais viu-se um Sporting distinto - Pedro Gonçalves a aparecer desde trás, Gyokeres nos movimentos de desgaste e Paulinho a dar soluções com movimentos recuados.
Em três minutos, Pedro Gonçalves, primeiro, e Paulinho, depois, traduziram o domínio leonino num triunfo esclarecedor, não só no resultado como nas ideias de Rúben Amorim.
Em dia de apresentação, pode parecer pouco apresentar apenas uma cara nova, mas quando essa cara vem claramente acrescentar não há muito a criticar. Gyokeres dá um horizonte de oportunidades a nível ofensivo e a equipa de Rúben Amorim aposta em aproveitar a chegada do sueco para criar jogadas de perigo de várias maneiras.
A partida deste domingo trouxe sinais positivos, mas ficou também claro que ainda faltam soluções a este Sporting. Rúben Amorim vai tentando colmatar essas falhas com alguma juventude, mas a lateral direita e o meio-campo precisam de reforços de qualidade acrescentada, à semelhança do que aconteceu com Gyokeres.
Dois penáltis por assinalar em lances praticamente consecutivos. Não foi uma exibição positiva.