Um enorme desafio boavisteiro, mas o FC Porto não baixou a guarda nesta fase decisiva da época. Num dérbi quentinho e com uma bela exibição axadrezada, os dragões superaram um forte adversário e muito sofrimento final para vencerem por 1-0. Diferenças restabelecidas para os rivais diretos, que se defrontam na próxima jornada.
Pouco podia Petit pedir mais dos seus homens, com os lamentos do golo ter surgido de um erro de comunicação e a incapacidade de marcar, apesar do acumular de oportunidades. Para os azuis e brancos, uma exibição de esforço, acentuada pela expulsão de Iván Marcano durante o segundo tempo.
A confirmar os bons sinais recentes, foi um Boavista personalizado que apareceu no dérbi. Tentativa de condicionar a saída de bola do adversário, mesmo com o risco de libertar algum espaço e necessidade de ´gastar` cartões em faltas cirúrgicas. Petit não mudou o ADN e os axadrezados mostraram competência, tendo mesmo uma bela oportunidade para faturar até ao descanso.
2.ª 🟥 expulsão de Marcano pelo FC Porto, a 1.ª na Liga
⚠ A anterior expulsão de Marcano pelos portistas tinha sido em 2015, na Champions, frente ao Bayern pic.twitter.com/issHY0g3ML
— Playmaker (@playmaker_PT) April 30, 2023
Por sua vez, o FC Porto assumiu de forma natural mais as rédeas do duelo, mas teve problemas na definição de lances prometedores. Desinspiração de unidades como Evanilson e Taremi foram criando ansiedade no Dragão, devido ao tardar da chegada do desejado golo. Otávio, Eustáquio e Pepê foram os grandes agitadores azuis e brancos, no entanto, a defesa axadreza foi solucionando os problemas.
Em transição venenosa, as Panteras Negras tiveram uma excelente situação para abrir o ativo. Com alguma sorte, a intervenção tremida de Diogo Costa a remate de Sebastián Pérez acabou por passar perto do poste. Conceição, sempre exigente, só podia querer mais dos seus homens no regresso dos balneários.
Num sinal forte, o técnico acabou por mexer e lançou André Franco, Galeno e Toni Martínez para o segundo tempo. Das unidades rendidas, nota para Wilson Manafá, esforçado, porém, a confirmar mais uma vez a necessidade do FC Porto reforças as laterais para a próxima época. Mesmo sem esquecer a lesão de João Mário, os pergaminhos do clube exigem outro tipo de qualidade nestas posições.
A verdade é que o Boavista continuou confiante na partida, porém, um erro originou o golo azul e branco. Sem noção do espaço - queixou-se de falta de comunicação dos companheiros logo após o lance - Mangas derrubou André Franco em tentativa de corte na área axadrezada. O médio voltou a conquistar uma importante grande penalidade e Taremi não desperdiçou a oportunidade de abrir o ativo.
O 1-0 ficou longe de, ainda assim, facilitar o final de tarde para os dragões. Num raro erro, Marcano recebeu mal e optou por cometer falta sobre Ricardo Mangas, que resultou na sua expulsão direta. Nem sempre as equipas exploram da melhor forma esta vantagem, com mérito pela forma organizada e ousada como o Boavista sufocou os campeões nacionais na reta final.
Yusupha e Bozeník estiveram muito perto do empate. Quando a pontaria não falhou, Diogo Costa provou a razão de ser uma peça tão decisiva. As bancadas sentiram o difícil momento e deram o importante ânimo para o FC Porto segurar a importante vitória, num dérbi superado, mas complicadíssimo para a turma de Sérgio Conceição.
O FC Porto terminou o jogo com apenas um remate enquadrado (o do golo), o seu pior registo neste campeonato pic.twitter.com/Z3VImIV7lY
— Playmaker (@playmaker_PT) April 30, 2023
Festa nas bancadas, competitividade até final e um Boavista com uma das melhores exibições dos últimos dérbis. A partida não desiludiu e foi digna do futebol portuense. Petit não leva pontos, mas teve uma resposta de alto nível dos seus homens perante um enorme desafio.
A abordagem de Mangas na grande penalidade e a expulsão de Marcano após ´deixar`, mais tarde, o extremo isolado foram dois momentos marcantes na partida. Erros raros para a qualidade de ambos os intervenientes.