Talvez fique mesmo em casa, o troféu do Euro 2020! Não foi nada fácil, mas a Inglaterra conseguiu bater, no prolongamento, a Dinamarca para marcar encontrou com italianos em Wembley, naquela que será a primeira presença inglesa numa final de um Campeonato Europeu.
Que fácil é, para o espetador sem nenhuma destas nacionalidades, apoiar esta equipa dinamarquesa no Euro 2020. Não só pelo futebol apresentado nos últimos jogos, nem pelo inegável estatuto de underdog - apesar de já ter vencido o Euro, ao contrário dos ingleses - mas por todo o contexto que a envolve nesta campanha de emoções fortes.
⌚️Intervalo: ENG🏴 1-1 🇩🇰DEN
⚠️Foi o 11.º auto-golo neste 🏆Euro 2020.
⏪Está a um de igualar o máximo de golos na própria baliza em fases finais de Mundiais e Europeus: 🇷🇺Rússia 20218 pic.twitter.com/u4OMp1Rd9H
— playmakerstats (@playmaker_PT) July 7, 2021
Os ingleses não precisavam desse apoio «neutro», pois mais uma vez beneficiaram de um bem mais palpável apoio caseiro em Wembley, mas o palpitar dos corações espalhou-se pela Europa inteira durante uma primeira parte que não teve pausas para respirar. Um início particularmente físico foi trocado por um jogo aberto, de muitas transições, que se consumaria à meia hora de bola parada, com uma obra de arte do jovem Mikkel Damsgaard.
Pickford sofreu o seu primeiro golo na prova e a Dinamarca vencia, contra todas as expectativas, mas as celebrações escandinavas foram despertador para os homens de Southgate, que cresceram a partir desse momento. Sterling teve nos pés o golo, que lhe foi negado por uma intervenção espetacular à queima-roupa, mas o empate chegaria no lance seguinte: Kane recuou, encontrou Saka com um belo passe e o cruzamento rasteiro do jovem inglês foi desviado por Kjaer, que fez o 11º auto-golo desta competição.
A ambição da Dinamarca afirmava-se, com a equipa a tentar guardar a bola e atacar, mas isso criava espaço que os ingleses sabiam aproveitar com a qualidade individual superior, de maneira que Schmeichel se foi evidenciando várias vezes. Maguire, Mount, Kane e Phillips tentaram a sorte, mas sem sucesso.
As saídas forçadas de Christensen e Delaney foram duros golpes para a Dinamarca, que perdeu duas figuras e viu o resto da equipa a cair de rendimento, com notável cansaço. Os minutos finais foram sufocantes, mas a barreira de betão vermelho manteve-se firme e conseguiu levar o jogo para tempo extra.
O 2x1 motivou festa nas bancadas londrinas, com os ingleses perto de de voltar a jogar uma final, e a equipa de Southgate geriu a vantagem no tempo que restava. O apito final soou e ditou um sétimo jogo para os ingleses - sexto em Wembley -, enquanto que os dinamarqueses terminam (mais) uma campanha mágica em europeus.
Contacto leve na grande penalidade que dá a vitória a Inglaterra deixa algumas dúvidas acerca da decisão de Danny Makkelie. Era um lance complicado e não mancha a exibição do árbitro nem o resultado da eliminatória, mas merecia maior escrutínio no momento. Havia, no mesmo lance, duas bolas em campo.
Jogo de enorme pressão, com contornos que já o colocam na história antes sequer do apito inicial, nunca podia ser disputado à porta fechada ou algo semelhante! Excelentes jogadores, bom trabalho a nível tático e, nas bancadas, uma festa à altura da ocasião. Nunca poderiam podiam vencer todos, mas que bonito foi, independentemente das cores da festa.
O Euro da Dinamarca praticamente já começou com lágrimas nos olhos, de tão traumáticos que foram os acontecimentos do primeiro jogo, mas se acabou da mesma forma foi graças ao sonho que foi crescendo no decorrer da prova! Ninguém lhes pediu o troféu, mas estes escandinavos derrotaram expectativas do início ao fim, para cair com o orgulho intacto. Não chorem, heróis!