Nove anos depois, a Itália está novamente na final do Europeu. Para assegurar o passaporte, a squadra azurra eliminou, esta terça-feira, a Espanha (1x1, 4x2 g.p.), curiosamente o carrasco de 2012, no desempate através da marca dos 11 metros, depois de uma igualdade a uma bola no final do tempo regulamentar e prolongamento.
Meus senhores e minhas senhoras, que jogo! Digno, digno, digno, de uma meia-final de um Campeonato da Europa. Duas seleções de enormíssima qualidade, muito bem preparadas para esta batalha, sobretudo naquilo que diz respeito ao conhecimento das virtudes e qualidades do adversário, e decidido naquilo que muitos chamam de lotaria e que outros não admitem sequer falar em sorte. As grandes penalidades, está claro. Mas já lá iremos.
⌚️Apito final: ITA🇮🇹 1-1 (4-2 g.p.)🇪🇸ESP
A 🇮🇹Itália marca presença pela 4.ª vez na final do 🏆Euro 2020 (Euro 2020, 2012, 2000 e 1968).
A única vitória no 🏆Europeu dos transalpinos aconteceu em 1968 em casa. pic.twitter.com/wlkuf60uWE
— playmakerstats (@playmaker_PT) July 6, 2021
De um lado, uma Itália que à chegada para esta batalha seguia num ciclo absolutamente impressionante de 32 jogos sem conhecer o sabor da derrota, a mostrar aquilo que bem sabe: defender bem e sair em contra-ataque ainda melhor. E pensar que os italianos falharam a qualificação para o último Mundial. Algo impensável quando vimos o conjunto liderado por Roberto Mancini em campo.
No lado contrário, uma Espanha que ao longo desta campanha tinha mostrado ser capaz do melhor e do pior, mas sempre fiel à sua identidade, matriz que passa de geração em geração. Um futebol associativo, de controlo da posse e momentos do jogo, capaz de adormecer qualquer adversário, ora pela segurança e equilíbrio de Busquets, ora pela magia do miúdo Pedri.
A expectativa era, portanto, muito alta. Não desiludiu. Nem a Itália, nem a Espanha. A primeira parte resume-se desta forma: espanhóis com mais bola, os italianos a apostarem na transição e poucas oportunidades claras de golo (uma para cada lado). As equipas primaram pelo equilíbrio defensivo, com diferentes estratégias, e atacaram com muita cautela.
Ainda assim, nota para a defesa de Donnarumma a livre batido por Dani Olmo, aos 25 minutos, naquela que foi a primeira grande oportunidade de golo no jogo, e para o remate de Emerson Palmieri ao travessão, pouco antes do apito do árbitro para as equipas recolherem aos balneários.
A primeira parte já tinha deixado um travo suave de bom futebol, sobretudo para os amantes do lado mais tático e estratégico do jogo, mas faltava qualquer coisa... Ahhh, os golos. Minuto 60: golo! O primeiro. Para a Itália. E lá está, numa transição rápida fatal que começou em... Gianluigi Donnarumma.
⌚️Apito final: ITA🇮🇹 1-1 (4-2 g.p.)🇪🇸ESP
17 anos depois, o troféu de 🏆Campeão da Europa vai sair da Península Ibérica:
2021 ?
2016 🇵🇹Portugal
2012 🇪🇸Espanha
2008 🇪🇸Espanha
2004 🇬🇷Grécia pic.twitter.com/Oc9cyLNjKG
— playmakerstats (@playmaker_PT) July 6, 2021
O jovem guardião italiano recolheu um cruzamento de Jordi Alba e lançou rapidamente para o contragolpe conduzido por Lorenzo Insigne. Na sequência do lance, Federico Chiesa aproveitou uma bola perdida, após corte de Eric García, e rematou em arco para o fundo das redes de Unai Simón.
Em desvantagem, Luis Enrique não perdeu tempo e refrescou o ataque, colocando um elemento mais fixo na frente (Álvaro Morata), abdicando aí de um ataque sem uma referência clara, e mudou o desenho do meio-campo com a entrada de Rodri para o lugar de Koke. Isto sem esquecer a forte pressão sobre o adversário, do primeiro ao último minuto. Ganhou a aposta.
Aos 80 minutos, o mal-amado Álvaro Morata combinou muitíssimo bem com Dani Olmo e apareceu na cara de Donnarumma para restabelecer a igualdade no marcador. Estavam reservados, pelo menos, mais 30 minutos de espetáculo em Wembley.
Após meia hora sem que ninguém conseguisse desfazer o nó da igualdade - e não foi por falta de vontade de Espanha, que não se cansou de procurar o segundo golo, ao contrário de Itália, que surgiu mais retraída -, tudo ficou decidido nas grandes penalidades.
Locatelli começou por falhar, Dani Olmo não fez melhor e mais ninguém falhou, à exceção de Morata. O herói que virou vilão numa fracção de segundos. Em suma, a Itália é a primeira finalista do Euro 2020, enquanto a Espanha fica pelo caminho.
Um excelente jogo de futebol entre duas boas seleções, que justificaram em pleno a presença nestas meias-finais. Pena que uma tivesse, forçosamente, de ficar pelo caminho.
Morata entrou no decorrer da segunda parte para restabelecer a igualdade, respondendo da melhor forma aos críticos, que tanto o têm visado, mas depois desperdiçou a grande penalidade decisiva.