Todos os jogos começam assim, alguns assim terminam também. Gil Vicente e Farense não marcaram no primeiro jogo da Liga neste sábado, o que também significa que ambas pontuaram, numa fase da época e numa zona da tabela em que qualquer ponto pode ser decisivo.
Acaba por ser o Gil Vicente que consegue ganhar terreno a pelo menos um concorrente direto, ultrapassando o Famalicão, enquanto o Farense continua em zona de descida mas sabendo que eventuais derrotas de equipas próximas serão vantajosas para as quatro jornadas que ficarão a faltar.
Ambas as equipas chegavam com duas trocas nos respetivos onzes, sendo que nos algarvios não estava sequer na ficha de jogo Eduardo Mancha, protagonista pela negativa na partida anterior da equipa de Jorge Costa. Jogava André Pinto na defesa e Licá reforçava o ataque. No Gil, além de uma troca na lateral-esquerda, com Talocha por Henrique Gomes, Ricardo Soares fazia entrar Léautey e Fujimoto começava no banco.
Esse primeiro tempo teve algum equilíbrio, ainda que as ocasiões mais claras de golo tenham pertencido à equipa da casa, que acertou por uma vez no poste e somou mais algumas aproximações à baliza do experiente Beto. O Farense, por outro lado, mostrava-se pouco imaginativo na construção e quase só em bolas paradas se aproximava de Denis.
Os algarvios até somaram as primeiras tentativas, mas nada que causasse grandes problemas a Denis. Mansilla era quem melhor ia conseguindo testar os reflexos do guardião brasileiro, mas o extremo acabou por sair com queixas aos 24', substituído por Madi Queta.
Por outro lado, e apesar de ter as necessárias cautelas defensivas, o Gil Vicente somou algumas incursões perigosas com diagonais de Lourency e Léautey. O primeiro testou Beto, o segundo acertou na malha lateral após recuperar a bola lá na frente. Pedro Marques teve uma passagem fugaz pela partida, tendo saído lesionado aos 36', substituído por Lino. Quanto à melhor ocasião de toda a primeira parte... essa pertenceu a Pedrinho, que atirou rasteiro ao poste da baliza algarvia.
A tendência para o segundo tempo não alterou muito... ambas as equipas falhavam no último terço, o nulo persistia sem um grande número de aproximações a esse golo inaugural fugidio. A falta de soluções no último terço era comum a ambas as equipas e mesmo com momentos de maior intensidade não houve nada próximo dessa bola ao poste ao longo da segunda metade do encontro.
Lino não conseguia dar as soluções de um jogador de outro género no centro do ataque, por diversas vezes não atacando o espaço entre os centrais e preferindo apoiar os colegas mais recuados, na equipa algarvia também não surgiam desequilíbrios na frente, ainda que Gauld se tenha passado a mostrar mais na construção e na tentativa de assistir. Claude Gonçalves, Fujimoto e Miullen de um lado e Djalma do outro foram os suplentes lançados à procura de algo diferente que não surgiu.
Ocasiões claras quase se limitaram a uma excelente intervenção defensiva de Talocha, impedindo a finalização de Licá. Gauld tentou uma vez ou outra a meia distância, mas sem pontaria. E assim o jogo apressou-se rumo ao apito final sem golos... depois de muito curtos descontos.
Por muito tempo a equipa de Ricardo Soares conseguiu limitar o Farense a ameaças de bola parada, mantendo-se concentrada e eficaz no momento defensivo.
Em ambas as equipas houve falta de imaginação e capacidade de execução na frente, falta de capacidade de baralhar a defesa adversária. Muito pouco que justificasse mais do que este nulo.
Alguns lançamentos mal atribuídos no primeiro tempo e descontos muito curtos no final do jogo. No geral, porém, sem influência em lances capitais, até porque estes nem se viam.