Origens e início
Michel
Platini nasceu a 21 de Junho de 1955 em Joeuf, uma localidade no leste de França. Como tantos outros grandes nomes ligados ao desporto francês, é descendente de imigrantes. O seu avô era italiano e foi para França em busca de uma vida melhor. Mais tarde, Michel haveria de unir a França e a Itália a seus pés. Despertou para o futebol aos 17 anos quando o Nancy o foi contratar ao modesto AS Joeuf onde Michel se formou. Quatro anos depois era convocado para os Jogos Olímpicos de Montreal como a grande esperança Gaulesa. Não foi além do 5º lugar, no entanto, nesse mesmo ano estreou-se na Selecção A frente à Checoslováquia. Estávamos em 1976 e Michel contava apenas 21 anos.
A afirmação
Em 1978, já com
Platini como figura de proa da equipa, o Nancy vencia a Taça de França. Nesse mesmo ano a França apurou-se para a fase final do Mundial a disputar na Argentina graças a um golo decisivo de
Platini frente à Bulgária. Haveria de repetir a façanha 4 anos depois frente à Holanda e 8 mais tarde frente à Jugoslávia. Na Argentina, o sorteio não foi favorável e juntou a França aos colossos Itália e Argentina, equipa anfitriã onde brilhava Mário Kempes, que viria a sagrar-se Campeã do Mundo.
Platini ainda marcou ante os alvi-celestes mas a França saiu após a 1ª fase. Findo o Mundial,
Platini jogou mais uma época no Nancy até ser transferido para o Saint-Etienne. Por lá permaneceu 3 épocas tendo vencido o Campeonato Francês em 1980/81. Em 82, de novo
Platini a qualifica a França para a fase final de novo Mundial a ser disputado agora na vizinha
Espanha.
Caminho para o estrelato
Uma campanha sensacional em
Espanha levou a França pela 2ª vez na sua história às meias-finais de um Campeonato do Mundo.
Platini era o seu organizador de jogo e ao mesmo tempo seu principal goleador. Antes, frente à Bélgica, numa exibição memorável, facturou uma série perfeita de 3 golos. Um de pé direito, um de pé esquerdo e o outro de cabeça. Era um jogador completo pronto a explodir e atingir o estrelato. A passagem à final jogava-se em Sevilha frente à poderosa RFA. Num jogo tanto emocionante quanto trágico, os Gauleses não aguentaram a vantagem de 2 golos a apenas 22 minutos do final do prolongamento e após consentir o empate, sucumbiram nas grandes penalidades. Perderam o jogo, a final e Patrick Battiston, que vítima de uma entrada bárbara do controverso Guarda-Redes Germânico Harald Shummacher, saiu do campo em maca, inconsciente, com
Platini a segurar a sua mão. Nunca os franceses haviam chorado tanto nem se sentiram tão injustiçados como no final daquela partida. No jogo seguinte a Polónia iria tirar o 3º lugar a uma Selecção já destroçada pela desilusão.
Platini deixou o Mundial com 2 golos apontados em 5 partidas e uma paixão italiana: A
Juventus ofereceu-lhe um contrato que o fez rumar a Turim.
No topo do Mundo
A entrada na
Juventus foi fulminante. No fim da 1ª época em Turim,
Platini coleccionava já 1 Taça de Itália, o troféu de melhor marcador do Campeonato Italiano e ainda a distinção de melhor jogador Europeu do ano de 1983. Se a primeira época foi boa, a segunda seria de sonho. Venceu o seu primeiro de 3 Campeonatos Italianos consecutivos, sagrando-se de novo o melhor marcador da prova. Venceu a eleição para a Bola de Ouro para o melhor jogador do Mundo no ano de 1984. e chegou à final da Taça das Taças onde teve o seu primeiro encontro com os portugueses.
O seu adversário foi o
FC Porto que havia surpreendido toda a Europa do futebol ao chegar à 1ª final da sua história. O jogo foi deveras polémico com o
FC Porto a queixar-se bastante da arbitragem e o árbitro da partida a ser mesmo posto de parte por parte da UEFA em consequência de tão desastrosa arbitragem. Venceu a
Juventus por 2-1 com golos de Vignola e Boniek com
Platini em grande plano. No fim da época veio o Europeu disputado em França.
Os Gauleses eram favoritos. Não defraudaram, embora tenham estado quase de fora na meia-final às mãos Lusitanas.
Platini deu a volta ao jogo nos últimos minutos do prolongamento. Primeiro assistindo um companheiro para o empate e depois fechando o jogo com um golo precioso no último minuto de jogo. Na final, vitória natural frente à
Espanha por 2-0 com
Platini a marcar um golo. A Europa rendia-se de vez ao número 10 Gaulês.
Em 1985 nova época marcante. Ao título Italiano,
Platini juntou nova Bola de Ouro para o melhor jogador do Mundo em 1985, novo troféu de melhor marcador de Itália e a novidade da Taça dos Campeões Europeus que venceu na mais triste final que há memória. O jogo foi disputado em Bruxelas no estádio Heysel-Parc. Antes ainda do apito inicial, confrontos entre italianos e Inglesas nas bancadas resultaram em 39 mortes. "Aquela noite não teve nada a ver com futebol…" - lamentou mais tarde Michel
Platini. "Tiveram de nos entregar a Taça nos balneários".
No jogo em si, a
Juventus bateu o
Liverpool por 1-0 com o tento solitário a ser apontado de Penalty por
Platini. No entanto, as marcas psicológicas dessa noite e valias lesões deixaram
Platini fragilizado. A época seguinte seria a sua última época ao mais alto nível.
Fim de carreira e nova etapa
Michel
Platini entrou na época de 85/86 a vencer. Conquistou em Tóquio a Taça
Intercontinental. Terminou a época da mesma forma vencendo mais um Campeonato Italiano. No final da época
Platini estava mais determinado que nunca em conquistar o troféu que sempre ambicionara e sempre lhe fugira: O Campeonato do Mundo. Já com 31 anos,
Platini mostrou no México de que matéria são feitos os Campeões.
Liderou os Blues até ás meias-finais. Deixou pelo caminho a Campeã em título, Itália e o Super-favorito Brasil. Na meia-final novo confronto marcado com os Alemães e com o destino. Mais uma vez a França falhou e perdeu com os germânicos por duas bolas a zero. Michel despedia-se assim dos Mundiais como jogador ao conquistar o 3º lugar às custas de uma vitória sobre a Bélgica.
Após o Mundial, o futebol de
Platini perdeu fulgor. Ainda jogou mais uma época em Itália após a qual regressou ao seu país natal e ao Nancy para acabar a carreira. Pôs fim à sua carreira internacional em Agosto de 87 num jogo em que o Mundo o homenageou em
Wembley. Nove meses depois arrumou as botas de vez no campo do Nancy de onde havia saído para o mundo.
Regressou ao futebol pouco tempo depois como Seleccionador Francês. Estreou Deschamps e juntou Papin a
Cantona no ataque Blue. Conseguiu uma série de vitória consecutivas que duraram entre Abril de 88 a Fevereiro de 92 mas falhou no Europeu da Suécia e demitiu-se. Em 1998 teve papel de destaque na organização do Campeonato do Mundo realizado em França de onde viu finalmente a França erguer o troféu. Mais tarde foi eleito vice-presidente da FFF e em 2007 chegou mesmo ao cargo de Presidente da UEFA sucedendo a Lennart Johansson.
Uma carreira quase perfeita
Foram tantas as vitórias e prémios que podemos considerar a sua carreira quase perfeita. Venceu campeonatos e taças dos países onde jogou, França e Itália. Foi por 3 vezes consecutivas o melhor marcador do campeonato de Itália. Venceu as principais competições oficiais de clubes a âmbito internacional: Taça das Taças, Taça dos Campeões Europeus, Supertaça Europeia e Taça
Inter-Continental.
Foi eleito por 3 vezes consecutivas melhor jogador da Europa e por 2 do Mundo. Fez 72 jogos pela Selecção da França, 49 dos quais como capitão e apontou 41 golos. Foi o melhor marcador francês de sempre. Venceu ainda 1 Campeonato da Europa. Faltou-lhe apenas o Campeonato do Mundo para ter uma carreira perfeita. Ainda assim, impressionante!